Com o crescente movimento de artistas, humanistas e professores entre as cidades ao norte dos Alpes e a península Itálica,
e com a grande circulação de textos impressos e obras de arte através
de reproduções em gravura, o classicismo iniciou em meados do século XV
uma etapa de difusão por todo o continente. Mas foram Francisco I da França e Carlos V, Sacro Imperador Romano,
que logo reconheceram o potencial da Renascença italiana para promover
suas imagens régias através de formas clássicas, os agentes decisivos
para a divulgação intensiva da arte italiana além dos Alpes.
Mas isso aconteceu apenas por volta do início do século XVI, quando o
ciclo renascentista já tinha pelo menos duzentos anos de amadurecimento
na Itália, já chegara a uma culminação e já estava em sua fase
maneirista. Destarte, cabe advertir que não houve nada como um Quattrocento
ou uma Alta Renascença no restante da Europa, pois nela não houve um
lento e orgânico processo de classicização como o italiano, foi em muito
um resultado de eventos políticos que ocorreram em um curto espaço de
tempo, mas que tiveram repercussão continental. Como resultado, como se
se abrissem de repente as comportas de uma represa, o vasto derrame de
cultura italiana para o norte e o oeste depois das invasões na Itália
gerou em cada região ou país uma original mescla de raízes locais
góticas com o classicismo italiano tardio.
Jean Clouet: Retrato de Francisco I, 1525. Louvre.
O Castelo de Chambord.
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